quinta-feira, 7 de junho de 2012

Reciclagem de dióxido de carbono



05/09/2011
Por Elton Alisson
Agência FAPESP – A contribuição do excesso de emissão de dióxido de carbono (CO2) para as mudanças climáticas globais tem levado a comunidade científica a buscar formas mais eficientes para estocar e diminuir o lançamento do composto para a atmosfera.
Um novo estudo realizado por pesquisadores do Laboratório de Química Orgânica Fina da Universidade Estadual Paulista (Unesp), campus de Presidente Prudente, abre a perspectiva de desenvolvimento de tecnologias que possibilitem capturar quimicamente o gás atmosférico e convertê-lo em produtos que possam ser utilizados pela indústria química para substituir reagentes altamente tóxicos utilizados hoje para fabricação de compostos orgânicos usados como pesticidas e fármacos.
Derivadas de um projeto de pesquisa apoiado pela FAPESP por meio do Programa Jovens Pesquisadores em Centros Emergentes, as descobertas do trabalho, intitulado “Estudo da fixação e ativação da molécula de dióxido de carbono com bases nitrogenadas”, foram publicadas na revista Green Chemistry, da The Royal Society of Chemistry.
O estudo demonstrou, pela primeira vez, que uma molécula, denominada DBN (uma base orgânica nitrogenada), é capaz de capturar dióxido de carbono, formando compostos (carbamatos) que podem liberar CO2 seletivamente a temperaturas moderadas. Dessa forma, a molécula poderá ser utilizada como modelo para pesquisas sobre a captura seletiva de dióxido de carbono de diversas misturas de gases.
“Essa descoberta abre perspectivas sobre como poderemos fazer com que o composto resultante da ligação da DBN com o dióxido de carbono se forme em maior quantidade. Para isso, temos que estudar possíveis modificações em moléculas que apresentem semelhanças estruturais e funcionais com a DBN para que o composto seja mais eficiente”, disse Eduardo René Pérez González, principal autor do estudo, à Agência FAPESP.
De acordo com o professor da Unesp, já se sabia que a DBN é capaz de capturar dióxido de carbono na presença de água. Por esse processo, a molécula retira um hidrogênio da água, ganha uma carga positiva (próton) e gera íons hidroxílicos (negativos) que atacam o dióxido de carbono, formando bicarbonatos.
Até então, entretanto, não se tinha demonstrado que o composto também é capaz de capturar CO2, formando carbamato, por meio de uma ligação nitrogênio-carbono tipo uretano, que tem relação direta com um processo biológico em que 10% do dióxido de carbono do organismo humano é transportado por moléculas nitrogenadas.
Em função disso, o processo também poderia ser utilizado para o tratamento de determinadas doenças relacionadas com a quantidade de CO2 e seu transporte no organismo.
“Essa descoberta nos leva a pensar que também poderíamos utilizar esse trabalho para fins bioquímicos, tentando, por exemplo, melhorar esse processo para tratamento de doenças relacionadas à concentração de dióxido de carbono nas células e alguns tecidos, como o pulmonar”, disse González.
Já na área industrial, os carbamatos – como, por exemplo, poliuretanas – derivados da captura de dióxido de carbono pela molécula DBN poderiam substituir tecnologias que utilizam reagentes altamente tóxicos, como o fosgênio, para preparação de compostos orgânicos usados como pesticidas e fármacos e em outras aplicações industriais.
“A possibilidade de se utilizar o dióxido de carbono para construir ou sintetizar moléculas que contêm o agrupamento carbonílico, sem a necessidade de se usar fosgênio ou isocianatos, representaria uma grande vantagem”, disse o pesquisador.
O artigo A comparative solid state 13C NMR and thermal study of CO2 capture by amidines PMDBD and DBN (doi: 10.1039/C1GC15457E), de González e outros, pode ser lido por assinantes da Green Chemistry emhttp://pubs.rsc.org/en/Content/ArticleLanding/2011/GC/c1gc15457e 
 

Um século de Química Moderna.


QMCWEB apresenta 100 anos de Química: um passeio pelas pesquisas premiadas com o Prêmio Nobel.

Por que o século 20 foi o mais importante para a nossa ciência e por que a Química é a ciência central para a evolução do homem.
 
Um século de
Química Moderna

Uma das definições da Química diz que "é a ciência que estuda a matéria e suas transformações e procura adaptá-las para o bem estar do homem". É graças a química que, hoje, temos automóveis, computadores, máquinas de lavar louças, sabonetes hidratantes, remédios e colchões ortopédicos. O conforto é um produto do século 20 - uma consequência da evolução da Química!
O século 20 foi, sem dúvida alguma, o de maior significado para a química. 
O acúmulo de conhecimentos nesta ciência foi maior nos últimos cem anos do que em toda a história anterior. Uma das formas de ter uma visão panorâmica da evolução da química no século 20 é através de uma revisão dos prêmios Nobel conferidos desde 1901 até 2000. O QMCWEB apresenta todos os ganhadores do Prêmio Nobel de Química e as suas pesquisas premiadas. 

O século do plástico
No século passado a palavra "plástico" sequer existia em nosso vocabulário. Graças ao desenvolvimento da química orgânica e sintética, no século 20, os plásticos (polímeros sintéticos) se tornaram onipresentes em nossa vida. Os plásticos também já estiveram presentes aqui no QMCWEB. Confira:
arquivo://A.era.dos.Plásticos
Tal como o século 20, a entrega de Prêmios Nobel para a Química também iniciou em 1901. Entretanto, na primeira década do século, a única tarefa da academia foi decidir a ordem em que os ganhadores seriam premiados. Para o primeiro prêmio, 11 das 20 nominações indicaram van't Hoff (Nobel_1901). Embora ele, neste momento, já tivesse publicado uma tese dizendo que o carbono apresentava quatro ligações sob uma forma tetraédrica (base da química orgânica moderna), o prêmio foi para o seu trabalho com cinética química, equilíbrio e pressão osmótica em soluções, publicados em 1884 e 1886. Segundo van't Hoff, a pressão osmótica de soluções da maioria das substâncias era igual à pressão gasosa que estas substâncias exerceriam se estivessem na ausência do solvente. Uma excessão, entretanto, ocorria quando o solvente era a água e o soluto era um ácido, uma base ou um sal. Arrhenius mostrou que isto poderia ser explicado, assumindo que estas substâncias, em água, dissociam-se em íons. Arrhenius apresentou esta idéia em sua tese de doutorado, em 1884. A sua proposta não foi bem aceita pela comunidade científica; mesmo assim, Ostwald viajou até Uppsala para trabalhar com Arrhenius. Em 1903, Arrhenius foi laureado com o Prêmio Nobel em Química. Em 1909, foi a vez de Ostwald, por seus trabalhos com cinética e catálise de reações.
Paz & Amor
Desde os tempos mais remotos que o homem busca, na natureza, substâncias capazes de alterar seu estado físico e mental e suas percepções sensoriais. Exemplos destas drogas naturais são o ópio, a cafeína, o álcool, a cocaína e a mescalina. Mas foi somente no século 20 que surgiram as drogas sintéticas, como o LSD, a heroína, o ecstasy e, mais recentemente, o ICE. Tudo graças aos avanços na síntese orgânica. O QMCWEB já falou sobre o ecstasy! Confira em:
arquivo://Ecstasy.set.you.free

Três dos prêmios da primeira década do século foram parapioneirismos na química orgânica: Fischer (1902), Baeyer (1905) e Wallach (1910). Fisher desenvolveu metodologias para a classificação e síntese de carbo-hidratos. Baeyer deu importante contribuições para a indústria química e para a síntese orgânica, sobretudo em seus trabalhos com corantes orgânicos e terpenos.Wallach estudou compostos alicíclicos, não somente o terpeno, mas outros óleos etéreos. Dois prêmios foram pela descoberta de novos elementos: Ramsay (1904) pela descoberta de vários gases nobres e Moissan (1906) pelo isolamento do flúor. Além desta descoberta, Moissan foi o primeiro a utilizar o forno elétrico no laboratório de química. Com este forno, altas temperaturas puderam ser alcançadas, representando um salto na química experimental.

A transmutação de um elemento em outro, sonho dos alquimistas, foi descoberta por Rutherford, conferindo-lhe o prêmio Nobel em 1908. Ele também recebeu várias indicações para o Nobel em Física. Nesta década, um dos prêmios foi para um trabalho que mostrou que uma teoria antiga estava errada. A teoria da Força Vital era defendida mesmo por Louis Pasteur, que garantia que a fermentação do álcool ou de açúcares somente poderia ocorrer na presença de células vivas (fermento biológico). Em 1987 Buchner mostrou que a fermentação é um processo catalítico que resulta da ação de enzimas, sem a necessidade de células vivas. O experimento de Buchner é tido como o nascimento da bioquímica. Ele ganhou o prêmio Nobel em 1907. 

Além do chazinho
A medicina do século 19 não ia além de chás de ervas medicinais e duvidosos elixires milagrosos. Hoje temos farmácias, com um sem número de remédios e vacinas para as mais diversas doenças. O estudo da ação biológica das mais diversas substâncias (a grande maioria inéditas) levou ao conhecimento das causas e curas para muitos males. E tudo isto aconteceu no século 20. O QMCWEB já falou sobre a química medicinal. Confira em:
arquivo://Química.Medicinal

Dos prêmios que foram dados a partir de 1911, 5 foram distribuídos para cientistas que deram importantescontribuições para a química Geral e fundamentalRichards (1914), que determinou a massa atômica de vários elementos; Aston (1922), descobridor de vários isótopos e invenção do espectrômetro de massa; Langmuir (1932), que estudou fenômenos de superfície em interfaces; Herzberg (1971) e Ernst (1991), o inventor do NMR. O NMR é muito utilizado na química e, hoje, encontra aplicações na medicina e biologia.

Embora o primeiro prêmio Nobel, para van't Hoff possa ser, em parte, considerado relacionado à Termodinâmica, foi somente a partir da segunda década que esta área passou a ser laureada com o prêmio. Já em 1920 Nernstganhou o prêmio, por estudos em termoquímica; ele não somente descobriu a "terceira lei da termodinâmica" como mostrou que é se possível calcular a constante de equilíbrio de uma reação com bases em dados térmicos. Sua versão para a 3a lei da termodinâmica foi melhorada por Arrhenius e foi demonstrada correta, experimentalmente, por Giauque, que ganhou o prêmio Nobel de 1949. Ele também demonstrou que é se possível determinar a entropia através de dados espectroscópicos. Outro prêmio para a Termodinâmica foi para o trabalho de Onsager, que lidava com a termodinâmica de processos irreversíveis. Com a ajuda da mecânica estatística, Onsager desenvolveu a teoria das relações recíprocas, que lhe conferiu o prêmio Nobel em 1968. Em 1977 foi a vez de Prigogine, com sua teoria de estruturas dissipativas, em sistemas fora do equilíbrio.
O quê somos nós?!
Não tínhamos idéias de nossa composição química no século 19. Ninguém sabia que existiam proteínas, ácidos nucléicos, lipídeos ou colesterol. Embora a anatomia humana já tivesse sido bastante explorada anteriormente, foi só no século 20 que passamos a conhecer a composição química dos seres vivos. O QMCWEB publicou vários artigos sobre temas relacionados; entre eles, um sobre proteínas e comunicação intercelular. Confira em:
arquivo://O.mundo.das.Proteínas
Tudo o que sabemos sobre ligações químicas vem de trabalhos feitos neste século. Pauling recebeu o prêmio Nobel em Química em 1954, por vários trabalhos relacionados à ligação química. São deles os livros "Introduction to Quantum Mechanics" (1935) e "The Nature of the Chemical Bond" (1939). Em 1962, Pauling também foi laureado com Prêmio Nobel da Paz, sendo este a única pessoa a receber dois prêmios Nobel inteiros até hoje. A teoria o orbital molecular, comumente ensinada aos alunos de química geral, foi desenvolvida por Mulliken, o que lhe conferiu o prêmio Nobel em 1966.

A elucidação de estruturas químicas é uma arte que, no século 20, se tornou uma tarefa rotineira. Debye (1936) ganhou o primeiro prêmio por aplicação de difração de raios-X na química, embora tenha sido para a determinação de momento de dipolos em gases. Entretanto, esta técnica passou, logo, a ser usada na determinação de estruturas.
Muitos prêmios foram conferidos pela determinação de estruturas de macromoléculas.Sanger ganhou dois: em 1955, sozinho, pela determinação da estrutura da insulina; e 1980, dividiu o prêmio por métodos no sequenciamento de nucleotídeos em amino-ácidos. Perutz eKendrew (1962) dividiram o prêmio pela elucidação da estrutura da hemoglobina. Dois anos depois, Hodgkin ganhou o prêmio pela elucidação da estrutura da penicilina e vitamina B12.
A estrutura tridimensional de proteínas e enzimas, entretanto, somente foi determinada após os trabalhos de Michel e Deisenhofer, que descobriram como cristalizar proteínas e enzimas. Juntamente com Huber, eles dividiram o prêmio Nobel de 1988.

Alguns prêmios foram para a química inorgânica. O primeiro foi em 1913, para Werner, que estudou compostos de coordenação. Ele praticamente criou este campo de estudo que, hoje sabe-se, foi extremamente importante para o desenvolvimento tecnológico do século 20. A síntese da amônia, a partir de seus elementos, foi o motivo da premiação para Haber(1918); o aprimoramento desta técnica e o desenvolvimento do método industrial deu a Bosh o prêmio, em 1931, juntamente com Bergius. 

O código da vida
Neste século que passou, graças aos avanços da química, descobrimos que todas as instruções para a construção de um determinado ser vivo estão impressos em algumas macromoléculas, residentes em cada uma de suas células. Terminamos o século com o mapeamento completo de todo o genoma humano e, logo, entraremos na era da medicina genética. O QMCWEB já falou sobre o código genético e a origem da vida. Confira em:
arquivo://A.Origem.da.Vida

Muitos dos trabalhos premiados com o Nobel viraramaplicações na indústria ou na medicina. É o caso do trabalho de Hevesy (1943), com marcadores radioativos, que também tem aplicações na geoquímica, ou a datação de carbono-14, criada por Libby (1960).

química orgânica praticamente nasceu neste século, e vários prêmios foram dados para esta área. Barton eHassel (1969) dividiram um prêmio por suas contribuições no estudo da conformação espacial de átomos em moléculas, a estereoquímica. Em 1975, o prêmio também foi para a estereoquímica, para Warcup e Prelog. Fischer eWikinson dividiram o prêmio de compostos rganometálicos, os "sanduíches", em 1973. Lehn, Cram e Pedersen (1987) criaram estruturas orgânicas capazes de interagir com cátions metálicos, mimetizando o comportamento de enzimas e proteínas. Olah (1994) ganhou o prêmio por suas contribuições na química do carbocátion - tema frequente nas aulas de química orgânica! Curl, Kroto e Smalley descobriram os fulerenos, onde 60 ou 70 átomos de carbono estão ligados covalentemetne para formar uma espécie de bola.

Nobel no QMCWEB
Vários artigos já publicados no QMCWEB relacionam-se com temas laureados pelo Nobel. Entre eles, destacam-se um sobre a fentoquímica e outro sobre os polímeros condutores, respectivamente os prêmios de 1999 e 2000. Confira:
arquivo://Plásticos.Fantásticos
arquivo://Fentoquímica
arquivo://Fora.CFC!
Também em qualquer livro de química orgânica encontra-se o "reagente de Grignard". Grignard recebeu o prêmio, pela criação deste versátil reagente, em 1912. Este prêmio foi dividio com Sabatier, que desenvolveu métodos catalíticos dehidrogenação de compostos orgânicos. É por este método, por exemplo, que se obtém a margarina a partir do óleo vegetal. Outras reações famosas foram laureadas com o Nobel. A produção de muitos polímeros, na indústria, envolve passos com a "reação de Diels-Alder". Diels e Alder diviram o prêmio Nobel em 1950, embora seu trabalho já tivesse sido publicado em 1928. Woodward (1965) é conhecido como o pai da síntese orgânica moderna, devido a suas rotas sintéticas propostas para várias substâncias naturais, como o colesterol, a clorofila e a vitamina B12. Um tratado teórico da síntese orgânica foi feito por Corey (1990); esta sistematização permitiu-o a sintetizar vários compostos biologicamente ativos complexos, e lhe conferiu o prêmio Nobel.

Química dos Produtos Naturais começou a ser contemplada ainda em 1915, comWillstatter, que descobriu que o grupo heme da hemoglobina e a clorofila eram estruturalmente similares, e que o primeiro liga-se ao íon ferro, enquanto que o segundo ao íon magnésio. Wieland (1927) e Windauss (1928) ganharam prêmios no estudo de esteróides. Harworth (1937) foi o primeiro químico a sintetizar a vitamina C, permitindo sua produção industrial, e estabeleceu a estrutura cíclica da glucose. Kuhn (1938) estabeleceu a estrutura da vitamina B2 e trabalhou com carotenóides.
Em 1947, Robinson foi premiado pelo seu imenso estudo com alcalóides, como a morfina.Vigneaud (1955) ganhou o prêmio pela síntese de dois hormônios peptídicos, a vasopressina e a oxitocina. Todd (1957) foi premiado pela síntese da ATP e ADP, além da determinação da estrutura da FAD. 

Estatísticas do Nobel
>Os primeiros 100 anos de Prêmios Nobel para Química fornecem um ponto de vista do desenvolvimento da Química moderna. Os prêmios vão desde a química básica, teórica à bioquímica e química aplicada. A Química Orgântica recebeu 25 prêmios: a mais premiada de todas as áreas. A físico-química, envolvendo cinética, termodinâmica e química espectroscópica recebeu 13 prêmios. A bioquímica recebeu 11, embora muitos dos outros prêmios possam, também, ser classificados nesta área. A análise estrutural recebeu 8 prêmios.

>Dentre os países, USA domina com 46 premiações, seguido da Alemanha, com 26 premiados, acompanhado de perto pela Inglaterra, com 25. A França, quarta colocada, tem 7. O único país da américa latina com um prêmio Nobel em química é a Argentina.

> A primeira mulher a receber o prêmio Nobel em Química foi Marie Curie (1911). Mas ela não foi a única: Dorothy Hodgkin(1964) e Irene Joliot-Curie (1935) fazem parte deste restrito clube de mulheres agraciadas com o prêmio Nobel em Química.
Alguns prêmios foram para trabalhos envolvendo macromoléculas (polímeros ou biomoléculas) em solução. O termo "macromoléula" foi inventado porStaudinger (1953), que mostrou que os polímeros eram constituídos pela repetição de várias unidades monoméricas. Ziegler e Natta (1963) diviram o prêmio por seus trabalhos com a utilização de compostos organometálicos como catalizadores em reações de polimerização. Flory (1974) desenvolveu um tratado fundamental teórico e experimental da físico-química de macromoléculas.

Uma das áreas mais contempladas tem sido abioquímicaHarden (1929), por estudos sobre a fermentação; von Euler (1929), pela determinação da estrutura do NAD+; Calvin (1961) pela elucidação do ciclo do carbono na fotossíntese. Mitchell (1978) pela teoria quimiostática, que explica a transferência de elétrons por enzimas trans-membranas e a síntese doATP; Leloir, um argentino (o único químico da américa do sul a ser laureado), ganhou o prêmio, em 1970, pela descoberta dos nucleotídeos e sua função na síntese de carbo-hidratos. Muitos trabalhos com ácidos nucléicos foram contemplados, tais como os deBerg e Gilbert (1980); Altman e Cech (1989) e Mullis e Smith (1993).
A química pode ser estudada, também, para a resolução de certos problemas específicos. É aí que esta se torna a química aplicada. Foi o caso do trabalho de Virtanen (1945), que tentava encontrar maneiras de evitar a fermentação e putrefação dos montes de fenos estocados para o inverno. O problema do buraco na camada de ozônio foi elucidado porMolina, Rowland e Crutzen (1995). Foram eles que mostraram como a emissão de CFCs estava ligada ao desaparecimento do ozônio. Hoje, todos sabemos o que é e qual é a importância do ozônio, e vários países assinaram um tratado para eliminar a emissão de CFCs nos próximos anos. 
A Química, se comparada a um humano, acaba de entrar na puberdade. Neste século que se inicia, as conquistas desta ciência serão ainda mais fantásticas. É difícil prever o que vai acontecer nos próximos 100 anos, da mesma forma que ninguém, em 1901, seria capaz de adivinhar o que estaria por vir no século 20. Mas podemos, ao menos, tentar: para o QMCWEB, os Prêmios Nobel para a Química no século 21 serão, provavelmente, distribuídos para inovações na química dos materiais, computacional e na bioquímica de sinalização intercelular. Resta-nos esperar para ver... e conferir, sempre, aqui, no QMCWEB!

Bronzeamento Artificial provoca Câncer.



Radiação Solar
O sol emite uma ampla faixa de radiação eletromagnética que inclui o infra-vermelho, a luz visível e o ultravioleta (UV), que se divide em UVA (com comprimentos de onda variando de 320 a 400 nm), UVB (290 a 320 nm), e UVC (10 a 290 nm). Os únicos comprimentos de onda da radiação UV que alcançam a superfície da Terra estão na faixa que compreende o UVA e UVB. A radiação UVA é cerca de 1.000 vezes menos efetivo que a radiação UVB para provocar eritema (vermelhidão de pele). Porém, sua predominância na energia solar que alcança a superfície da Terra (de 10 a 100 vezes mais que UVB) faz com que a radiação UVA represente um papel muito importante nos efeitos prejudiciais da exposição ao sol.
A luz solar é a maior fonte de exposição à radiação UV humana e afeta virtualmente todo o mundo. A extensão da exposição de um indivíduo, porém, varia e depende amplamente de uma multiplicidade de fatores como vestimenta, ocupação, estilo de vida, envelhecimento, e fatores geográficos como altitude e latitude. Há maior exposição ao UV com latitude decrescente. Quem reside em maiores altitudes está sujeito a uma exposição maior à radiação UV de tal foram que para cada 1,000 pés acima do nível de mar, há um aumento de 4% em exposição ao UV.
A exposição ao UV também aumenta com a diminuição da camada de ozônio da estratosfera (camada que fica a 50 km acima da superfície terrestre). Outros fatores que influenciam a exposição ao UV incluem calor, vento, umidade, poluentes, presença de nuvens, neve, estação do tempo, e hora do dia. As conseqüências desta exposição também são influenciadas por fatores como o grau de pigmentação da pele, ou seja, a quantidade de melanina na pele.
Bronzeamento Artificial
provoca Câncer

Vem chegando o verão. Os avanços da tecnologia modificaram os itinerários de muitas mulheres: antes de irem para a Joaquina, com manguinhas e perninhas de fora, correm para centros de estética, a fim de pegar um bronze. As sessões de bronzeamento artificial tem lá o seu charme: camas confortáveis, som estérico, vídeos no telão, suco de manga no canudinho. A exposição ao raios ultravioletas, entretanto, é muito prejudicial, sendo capaz de provocar câncer de pele.

melanomaAs câmaras de bronzeamento artificial são constituídas por uma estrutura de acrílico transparente que permite a passagem da luz gerada por uma série de lâmpadas. Algumas câmaras possuem lâmpadas apenas na sua parte superior, o que exige que o paciente se vire, após cerca de 20 minutos, para o completo bronzeamento; outras possuem lâmpadas em toda sua circunferência, tornando a mudança de decúbito desnecessária. O uso de protetores oculares é imperativo durante as sessões, pois existe o risco de queimadura da córnea e até cegueira.
melanoma
Os fabricantes das câmaras de bronzeamento relatam que suas lâmpadas apenas emitem UV-A1, porém como não existe uma regulamentação rígida que controle sua fabricação, bem como não existe fiscalização sobre seu uso, pouco se pode dizer da credibilidade desta fonte de emissão luminosa e sobre os riscos do desenvolvimento do câncer de pele.
Nos EUA, o bronzeamento artificial já faz parte da lista de agentes carcinogênicos, e é contra-indicado pelos médicos.

CUIDADO!!!

  • As lâmpadas das câmeras de bronzeamento produzem raios UVA, que, além do escurecimento da pele, causa envelhecemento precoce da pele e câncer de pele. - Cape Henlopen and Nanticoke Dermatology, Inc.
  • Raios UVA causam envelheciemento, rugas e perda de elasticidade da pele. -Thomas Jefferson University Hospital
  • Evidências de laboratório mostram que os raios UVA das câmeras de bronzeamento causam danos ao DNA das células da pele. - Harvard School of Public Health
  • Dois tipos de melanoma estão definitivamente associados com raios UVALaboratory of Molecular Genetics, UPR42 CNRS-IFC1, Institut de Recherches sur le Cancer BP No. 8, 94801 Villejuif Cedex, France
  • A Academia Americana de Dermatologia está estudando uma maneira de proibir o uso de câmeras de bronzeamento.Richmond Light Company
  • O Bronzeamento Artificial por radiação UV já faz, nos EUA, parte da lista de agentes carcinogênicos.Health Sciences & Technology Academy
  • Muitos óleos bronzeadores e pílulas de bronzeamento que existem no mercado não aumentam de forma nenhuma a pigmentação da pele - não passam de fraudes. Muitos são, ainda, prejudiciais à pele. Anti-Cancer Foundation South Australia
  • Updates.Científicos://
    queimaduras solares
    O mecanismo de proteção do organismo contra efeitos nocivos das queimaduras de sol, como câncer de pele, foi esclarecido por Laurie Hill e colaboradores da Universidade do Texas em Houston (EUA). A exposição da pele à radiação solar ultravioleta pode induzir danos aos cromossomos e mutações genéticas,eventualmente provocando câncer de pele e favorecendo o desenvolvimento de melanoma (de alta malignidade). A formação de queimaduras solares é um mecanismo de defesa contra essas mutações genéticas, levando à eliminação de células afetadas da pele no processo de descascar. Isso ocorre por apoptose(suicídio celular). Os pesquisadores verificaram que o processo de apoptose é desencadeado pela proteína FasL, cuja formação é induzida pelo dano ao DNA. A exposição à radiação ultravioleta provocou acúmulo de mutações na epiderme em 70% dos casos em ratos deficientes em FasL (com apoptose muito menor), mas em apenas 5% dos casos em ratos normais. Science, 06/08/1999


    Bronzeamento://O.que.é?

    A nossa pele é formada por queratinócitos (células existentes nas camadas mais superficiais da pele, que servem de proteção às camadas mais internas), melanócitos (células produtoras de melanina, o pigmento responsável pela cor da pele) e vasos sangüíneos e linfáticos, entre outros componentes. Na epiderme, a radiação UV pode provocar alterações nos queratinócitos e melanócitos e mudanças funcionais nas células de Langerhans e linfócitos (células do sistema imunológico). Até mesmo baixas doses de UVB podem reduzir a resposta imunológica.
    A epiderme exposta com freqüência ao sol torna-se espessa, chegando a ter o dobro da espessura da pele protegida e é desorganizada, podendo aparecer manchas claras ou escuras, ou regiões que "descamam".
    O melanócito é a célula envolvida na fotoproteção da pele, devido à produção de melanina, que atua como um fotoprotetor natural. Na epiderme danificada pelo sol, o número destas células aumenta. Elas migram para níveis mais altos da epiderme e aumentam a produção de melanina, que absorve UV, não deixando que os raios alcancem o DNA das células.
    O eritema, ou queimadura solar, é causado pela vasodilatação dos vasos sangüíneos da derme. O eritema chamado de imediato, que ocorre nas primeiras 6 a 12 horas de exposição ao sol, pode ser bloqueado por anti-inflamatórios não-esteróides. Porém, estes agentes anti-inflamatórios não podem inibir o eritema tardio, que acontece cerca de 24 horas após exposição ao sol por mecanismos distintos do eritema imediato.
    Bronzeado é o termo aplicado ao aumento de melanina induzido pela exposição à radiação UV. A pigmentação da pele pode ser imediata, causada por uma foto-oxidação dos pigmentos de melanina já existentes, e tardia, causada pelo aumento da multiplicação dos melanócitos e pelo aumento da produção de melanina por estas células. A pigmentação protege as células da pele contra os danos causados em seu DNA pelos raios UV, mas não protege contra o eritema. O bronzeado, apesar de bonito, é um estado de alerta do corpo contra os danos causados pela exposição excessiva ao sol, que podem provocar o câncer.


    A Pele Humana
    A pele é o maior e mais extraordinário órgão do corpo humano. Os aproximadamente 1,80 metros quadrados de pele que revestem a superfície externa do corpo de um adulto médio, sem qualquer ruptura nas várias aberturas do corpo, formam uma barreira protetora dos tecidos mais profundos contra a ação de agentes físicos, químicos e bacterianos e constituem aproximadamente 15% do peso total do corpo.


    Uma polegada quadrada de pele contém milhões de células, bem como muitas terminações nervosas cuja finalidade específica é transmitir as sensações de calor, frio e dor. Além disso, cada polegada quadrada contém inúmeras glândulas sebáceas,folículos pilosos e glândulas sudoríparas. Há também uma intrincada rede de vasos sangüíneos que nutrem essa complexa estrutura.
    Além de proteger nossos órgãos vitais, a pele também atua comoregulador da temperatura do corpo. Quando o corpo está frio, os vasos sangüíneos se contraem diminuindo o fluxo de sangue através da pele, reduzindo, assim, a perda de calor e mantendo a temperatura normal do corpo. Quando a temperatura do corpo aumenta, esta é diminuída com a dilatação vascular e o aumento do fluxo sangüíneo na superfície da pele. As glândulas sudoríparas, controladas por um centro de controle de calor no cérebro, também participam desse processo. Quando o corpo está quente, suamos e a evaporação do suor na pele esfria a superfície do corpo e ajuda a manter a temperatura normal do corpo. Nesse aspecto, a pele funciona como um órgão excretor, eliminando resíduos inúteis do corpo como, por exemplo, uréia, embora essa excreção seja mínima se comparada com os rins, que realizam a excreção via urina.
    A melanina é a responsável pela coloração da pele e ajuda a protegê-la contra os raios de luz ultravioleta. Todas as pessoas de todas as raças nascem com o mesmo número de células de pigmentação (melanócitos). Todavia, o índice em que as glândulas de melanina são formadas nessas células e o seu grau de concentração na epiderme são características hereditárias e os principais fatores nas diferenças de cor da pele, assim como a exposição à luz solar. 






    RISCOS://Bronzeamento.Artificial


    melanoma
    Os riscos associados com bronzeamento artificial por lâmpadade UV são, principalmente:
    1. Queimadura
    2. Envelhecimento precoce da pele
    3. Câncer de pele
    4. Danos na retina
    5. Formação de cataratas
    6. Supressão do sistema imunológico
    7. Danos no sistema vascular

    Cristais líquidos.


    Nem sólidos, nem líquidos:
    Cristais Líquidos

    Estão nos mostradores da calculadora, do relógio digital e do forno de micro-ondas; no monitor do laptop, e, mais recentemente, no televisor de tela plana. Os cristais líquidos também estão entre as linhas de pesquisa do nosso departamento de química. O que são, como são formados e que propriedades possuem?
    O que são os Cristais Líquidos? 
    Cristal Líquido é um estado da matéria intermediário entre o estado sólido e o líquido: um estado 
    mesomórfico (do Gregomesos morphe: entre dois estados). O nome dado à molécula que origina uma mesofase é Mesógenos. Um líquido é isotrópico: qualquer propriedade física verificada independe da direção da medida. Um sólido, por outro lado, gota de um cristal líquidopossui planos de simetria, é anisotrópico. O cristal líquido também pode ser definido como sendo um líquido'orientacionalmente ordenado' ou um sólido 'posicionalmente desordenado', combinando a anisotropia ótica e elétrica do estado sólido com a fluidez e mobilidade molecular do estado líquido.
    Como são formados? Em1923, Vorländer também informa compostos diarilmercuriais que formam fases esmectogénicas
    Os cristais líquidos orgânicos são conhecidos desde o século passado, e eles podem ser divididos em duas grandes famílias, de acordo com a maneira que são formados: os complexo de Co(III) mesomórfico, com mesofase colunar.Termotrópicospode ser alcançado pelo aquecimento de um sólido cristalino ou resfriamento de um líquido isotrópico; depende da temperatura) . e osLiotrópicos (pode ser alcançado ao dissolver um surfactante em um solvente, geralmente água; depende da concentração)· Em materiais mesomórficos, as forças intermoleculares responsáveis pelo arranjo molecular são essencialmente as mesmas que operam nos sólidos moleculares. No entanto, somente certas moléculas mostram comportamento líquido cristalino.
    Em geral, os requerimentos moleculares para um cristal líquido podem ser resumidos como: 

    > As moléculas necessitam ser estruturalmente anisotrópicas
    > Precisam possuir, na maioria dos casos, dipolos permanentes
    > Serem polarizadas anisotrópicamente 

    Que propriedades possuem?
     modelo de orientação na fase esmérica
    A maneira como é feita a organização espacial do cristal líquido reflete a estrutura de sua mesofase. A caracterização das mesofases formadas pelos materiais cristais líquidos podem ser verificadas ou observadas por diferentes métodos; oFases discóticas são formadas, como o próprio nome sugere, por moléculas semelhantes à discos, sendo sua descoberta creditada à Chandrasekhar, que descreveu o mesomorfismo de alguns hexa-alcanoatos do benzeno. método clássico mais utilizado é a observação das texturas mostrada pelas mesofase, por meio de um microscópio de luz polarizada equipado com uma unidade de aquecimento. Cada mesofase exibe uma ou várias texturas características; seu estudo é realizado pela observação de vários ciclos de aquecimento e resfriamento, e em casos favoráveis é possível a caracterizaçãoÜ Mais comuns, são as várias fases colunares da fase sem ambigüidade. Embora, o método seja simples, em muitos casos é insuficiente e é necessário usar outras técnicas, como difração de raios-X da mesofase, testes de miscibilidade, etc. Métodos calorimétricos tem sido usados para a determinação de variáveis térmicas e termodinâmicas envolvidas nas transições de fase, mas são de pequena utilidade na identificação da mesofase. De modo geral, uma combinação dos vários métodos disponíveis permite uma identificação segura da mesofase. 
    LCD: a quantidade de luz que pode passar pelo cristal líquido depende da ddp aplicada
    qmcweb://VÍDEOS:
    Veja como um cristal líquido de mesofase nemática pode mudar sua orientação em função do potencial elétrico aplicado e, em virtude disso, permitir ou não a passagem de luz:[vídeo1: fechado]
    [vídeo2: abrindo]
    [vídeo3: aberto]
    DISPLAYS: uma das maiores aplicações dos cristais líquidos são os displays (LCD), encontrados em calculadoras, relógios, monitores, etc. Neste caso, a organização da mesofase pode mudar em função de um potencial elétrico aplicado. E, então, a quantidade de luz que pode passar pelo cristal líquido está relacionada com a ddp aplicada (ver figura).


    GRUPO DA UFSC PESQUISACRISTAIS LÍQUIDOS:
    O grupo coordenado pelo prof. Hugo Gallardo, do departamento de Química, atua na área de cristais líquidos. Seu trabalho envolve a síntese ecaracterização de compostos que apresentam mesofases, e o estudo de suas propriedades físico-químicas.


    Emitimos odores diferentes conforme vamos envelhecendo?

     Leia o interessante artigo abaixo.

    O nosso odor natural do corpo passa por vários estágios de idade dependentes de mudanças na composição química à medida que envelhecemos. Alterações semelhantes foram relatados para diversas espécies de animais e são pensados ​​para facilitar a discriminação por idade de um indivíduo com base em odores corporais, sozinho. Procuramos determinar se os seres humanos são capazes de discriminar entre o odor corporal dos seres humanos de diferentes idades. Os odores corporais foram coletadas de três grupos etários distintos: jovens (20-30 anos), de meia-idade (45-55), e de velhice (75-95) indivíduos. Perceptivo e desempenho discriminação de idade foram avaliados em 41 jovens participantes. Houve diferenças significativas nos índices de intensidade e delícias, onde os odores corporais do grupo de idosos foram classificados como menos intensa e menos desagradável do que os odores corporais provenientes de doadores jovens e de meia idade. Os participantes foram capazes de discriminar entre categorias de idade, com odor de corpo de velhice doadores mediando o efeito também após a remoção de variância explicada por diferenças de intensidade. Da mesma forma, os participantes foram capazes de atribuir corretamente as etiquetas de idade para os odores corporais provenientes de doadores de velhice, mas não para os odores corporais originários de outras faixas etárias. Esta experiência sugere que, semelhante a outros animais, os seres humanos são capazes de discriminar idade com base no odor corporal sozinho e que este efeito é mediada principalmente por odores corporais emitidos pelos indivíduos de idade avançada.

    VACINAS e REMÉDIOS COMESTÍVEIS!!!


    Estão bontando vacinas no seu alimento!
    Já comeu sua vacina hoje?
    QMCWEB mostra que esta questão será comum num futuro muito próximo.
    Alimentos geneticamente modificados irão dar conta da vacinação que, hoje, ainda é dolorida. 



    QMCWEB apresenta asVacinas Comestíveis!


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    :::Artigos relacionados no QMCWEB:::
    os Vírus
    Proteínas
    Um dos principais avanços da medicina no último século foi a introdução das vacinas, que fizeram milagres reais contra as doenças infecciosas. Mortes por sarampo, poliomelite ou tétano passaram a ser objeto de estudo de historiadores. Entretanto, mesmo após décadas e milhares de campanhas de vacinação, mais de 30% das crianças de todo o mundo não têm acesso às vacinas mais importantes: contra difteria, tuberculose, tétano e polio. Desta forma, mais de 4 milhões de mortes por estas infecções ocorrem, desnecessariamente, a cada ano. Mesmo no Brasil a vacinação não atinge todos os cantos: milhares de crianças passam à margem do serviço de saúde pública. A situação é ainda mais crítica em países pobres ou em conflitos sociais, onde o serviço público sequer existe. Brigadas internacionais, como a Red Cross ou o Salvation Army, tentam desesperadamente auxiliar estes seres humanos, mas o seu progresso é mais lento do que a foice da morte.O inventor da vacina comestível
    No início da década de 1990, Charles Arntzen, do Texas A&M University, imaginou uma forma de resolver estes problemas de uma maneira muito barata e eficaz: ele viu, durante uma visita a Bangkok, uma mãe tentando introduzir um pedaço de banana em seu filho já falecido.
    Tarde demais, mas somente para aquela criança, pensou ele: a solução, talvez, fosse a de preparar alimentos geneticamente modificados, capazes de produzir vacinas. Bananas, batatas ou tomates que, ao serem consumidos, estariam provindo o organismo com as inoculações necessárias.

    cientistas já fazem plantas com vacinas
    As vantagens seriam enormes: as plantas poderiam crescer no local onde fossem necessárias, sem muitos custos. Os problemas logísticos, econômicos e políticos, comumente relacionados à distribuição normal de vacinas, também seriam minimizados. E, ainda, estas vacinas não requeririam seringas que, além de serem caras e causarem medo, podem ser contaminadas.
    é pra comer tudinho!
    amostras foram testadas em ratos
    Após 10 anos de estudos e testes (inclusive em humanos), os resultados são promissores: as vacinas comestíveis podem funcionar. Entretanto, há ainda um pouco de receio dentre a comunidade científica: existe a especulação de que estas vacinas poderiam suprimir a autoimunidade - fazendo com que as defesas do corpo ataquem, por engano, células sadias. Doenças como a diabetes tipo I e outras são associadas com disordens na autoimunidade.
    Independentemente da forma como as vacinas são aplicadas, todas têm o mesmo objetivo:ensinar o sistema imunológico a destruir certos agentes causadores de doenças antes que estes agentes possam se multiplicar o suficiente para causar sintomas. De uma maneira geral, as vacinas contém vírus ou bactérias que foram desativados ou, ainda, mortos.
    Ao detectar a presença de um organismo extrangeiro em uma vacina, o sistema imunológico se comporta como se o organismo estivesse sob ataque de um potente antagonista. Várias forças são mobilizadas para encontrar e destruir o invasor. Na primeira fase, é necessário se descobrir como o agente patógeno pode ser aniquilado. Novas proteínas são codificadas - os antígenos - em função do tipo do invasor. Mesmo após finda a "batalha", certas células de "memória" permanecem na corrente sanguínea, alertas, capazes de identificar novamente este invasor e codificar o antígeno correto. Em alguns casos, esta memória é permanente; noutros, como no caso da cólera ou tétano, a vacina precisa ser readministrada periodicamente.

    estas mudas de banana já contém vacinas
    Mais recentemente, uma inovação ocorreu no mundo das vacinas. A sociedade e boa parte da comunidade científica temia que, no caso das vacinas clássicas, os microorganismos desativados, de alguma forma, ressucitassem e provocassem as doenças que deveriam evitar. Por isso, os fabricantes passaram a produzir as chamadas "sub-unidades", que são apenas as proteínas antígenas, divorciadas dos genes patológicos. Entretanto, estas novas vacinas são bastante caras, pois sua produção é bastante requintada: envolve a cultura de bactérias ou células animais, devem ser purificadas e sempre necessitam de ser refrigeradas. Estas vacinas devem sempre ser injetadas na corrente sanguínea, pois são denaturadas pelo suco gástrico.
    Vacinas a preço de banana
    vacina contra diarréia
    Esta mesma técnica está sendo aplicada nas vacinas comestíveis, que também contém sub-unidades. A grande vantagem é que não necessitam ser refrigeradas, pois o alimento rotege as proteínas da degradação. E, dentro das células vegetais, as vacinas encontram-se protegidas do suco gástrico, sendo liberadas gradativamente já no intestino delgado.
    Desde o início das pesquisas com vacinas em alimentos, os pesquisadores desconfiavam que estas vacinas também teriam ação sobre a imunidade mucosal. Muitos agentes patológicos entram no corpo via nariz, boca ou órgãos genitais; a primeira defesa do organismo é uma série de membranas mucosas, localizadas nestas regiões. As vacinas injetáveis, em geral, não estimulam a defesa mucosal; as vacinas comestíveis, teoricamente, deveriam ser mais ativas nesta imunidade, pois entra em contato íntimo com a mucosa do intestino. Deveriam, portanto, serem capazes de ativar a imunidade mucosal e sistêmica. Este efeito seria ótimo contra doenças como a diarréia, por exemplo.
    causa diarréia
    Escherichia coli
    A maior parte dos cientistas envolvidos com vacinas comestíveis está pesquisando formas de combater a diarréia, que é provocada por vários agentes, como o Norwalk virus, o Vibrio cholerae e Escherichia coli. Cerca de 3 milhões de crianças morrem anualmente por causa destes agentes, que são capazes de perturbar as células do intestino delgado, provocando a liberação excessiva de água dos tecidos. A única terapia disponível é a re-hidratação, mas algu;as vezes não é suficiente. Não existe vacina, ainda, de alcance mundial para a moléstia.
    No Brasil, a morte por diarréia é, infelizmente, muito comum em várias regiões.
    mais que uma simples salada
    Em 1995, Arntzen conseguiu obter plantas de tabaco que produziam uma proteína antígena para o vírus da hepatitis B; testou em ratos e estes se tornaram imune à doença. Também neste ano, William H. R. Langridge da Loma Linda University obteve tomates e batatas com vacinas para as três principais causas da diarréia. Alimentando animais (ratos, coelhos e macacos) com estas frutas ou tubérculos, conseguiram resultados excelentes: as cobaias tiveram respostas positivas de imunidade mucosal e sistêmica, e não contrairam a doença quando expostas aos agentes patológicos reais. 
    Teste com humanos
    humanos já testaram as vacinas comestíveis
    Estes e outros testes preliminares, em animais, serviram para indicar que os humanos também deveriam ser testados. Arntzen foi o primeiro cientista a testar vacinas comestíveis em pessoas. Em 1997, vinte voluntários comeram batatas não cozidas, contendo a sub-unidade B da toxina da E. coli. Todos apresentaram estímulos das imunidades sistêmica e mucosal. O mesmo grupo comeu outras batatas, contendo vacina contra o Norwalk virus; 19 dos vinte tiveram esultados positivos. No ano seguinte, Hilary Koprowski do Thomas Jefferson University deu alface geneticamente modificada para conter um antígeno da hepatitis B para três voluntários; dois ficaram imunes a doença.
    Estes resultados parecem deixar claro que as vacinas comestíveis são, de fato, eficazes. A comunidade científica vê com bons olhos e vários órgãos de saúde pública, como a NIH e a Unicef, já investem bastante dinheiro nesta área. Entretanto, várias questões ainda devem ser respondidas, e vários problemas precisam ser resolvidos, antes da liberação em massa destas vacinas.

    cientistas testam bananas
    Dentre os obstáculos, está a escolha das plantas corretas - e cada planta apresenta seu próprio desafio. As batatas são ideias: se propagam rapidamente e podem ser estocadas por longos períodos. A desvantagem é que devem ser ingeridas sem cozimento, o que não é uma prática comum. As folhas de tabaco, extensivamente estudadas, não fazem parte da dieta de nenhuma população. As bananas não precisam ser cozidas, mas suas árvores levam anos para dar frutos, e estes são sazonais. Além disso, após colhidas as bananas apodrecem rapidamente. Por isso, mais plantas tem sido testadas, como alface, cenouras, amendoins, trigo, milho arroz e soja.
    Como fazer uma vacina comestível?
    O preparo de uma planta-vacina segue alguns passos comuns. O primeiro deles, consite na exposição das células da planta às bactéricas causadoras da doença. Esta bactéria contém um gene que a torna imune a ação do antibiótico.


    Após um certo tempo de cultura, um forte antibiótico é adicionado ao meio - todas as células da planta que não tiverem sofrido transferência genética irão morrer. É uma forma de separar o "joio do trigo".

    A próxima etapa consiste na brotação e enraizamento do callus. Depois, é só plantar e gerar uma muda.
    Pronto: a vacina está na horta!
    Outra questão: o consumo cotidiano de vacinas poderia causar um fenômeno conhecido comotolerância oral - o organismo pode simplesmente passar a desligar suas defesas contra estas proteínas, se tornando suceptível ao ataque do agente patológico real. Além disso, alguns cientistas advertem para o fato de que a mãe que come o alimento com vacina estaria indiretamente vacinando o seu filho, quer seja o feto, através da placenta, ou o bebê, pela amamentação.
    Existem ainda problemas não científicos: várias empresas farmacêuticas estão tentando por descrédito na estratégia das vacinas comestíveis, por razões óbvias: o mercado das vacinas injetaveis representa bilhões de dólares. Além de não patrocinar pesquisas nestas áreas, muitas empresas passaram a denegrir os resultados até então obtidos. Outro desafio não científico é que estas vacinas caem no jargão popular de "alimentos geneticamente modificados": a mídia tem feito campanha ostensiva, infudada e inadvertidamente, contra estes alimentos. A população amedrontada pode não aderir a esta nova forma de vacinação.
    Na bunda dói!
    Breve, isto será coisa do passado
    No Brasil, ainda há outro problema: parece um absurdo dizer que teremos como solução vacinas comestíveis, se em várias áreas de nosso país crianças ainda morrem de fome. Se não chegam alimentos, muito menos vacinas comestíveis. A vacinação é uma etapa posterior a do fim da fome. Os programas sociais do governo na área da saúde têm se mostrado ineficazes: milhares de crianças morrem anualmente de desnutrição.
    Todavia, a pesquisa continua. Mais testes precisam ser feitos, problemas devem ser solucionados e a população deve ser convencida. Entretanto, é inevitável: brevemente teremos, na mesa, nossas vacinas.

    Primeiro fármaco produzido por planta aprovado pela FDA! ‘Bio-pharming’?!



    Droga vegetal, feita em primeiro lugar no mercado02 de maio de 2012 | 00:33 BST | Postado por Amy Maxmen | Categoria: Biologia e Biotecnologia Indústria,Pela primeira vez, a Food and Drug Administration EUA (FDA) aprovou hoje uma droga produzida em uma célula vegetal geneticamente modificado. Entre os aplausos a notícia são os cientistas que defendem 'bio-pharming'.A droga, Elelyso (taliglucerase alfa), alivia os sintomas na maioria dos pacientes da doença de depósito lisossômico rara doença de Gaucher, que causa problemas que vão desde infecções ósseas a anemia. Cientistas da biotecnologia israelita empresa Protalix Biotherapeutics desenvolvido um método para criar a enzima humana que estes pacientes não têm em células de cenoura, através da inserção de um gene que codifica a proteína nas células. Os doentes tratados com a enzima resultante (taliglucerase alfa) em ensaios clínicos fared pelo menos tão bem como os indicados outra terapia de substituição enzimática-no mercado, Cerezyme."É maravilhoso ter outra opção disponível", diz Rhonda compradores, diretor executivo da Fundação Nacional de Gaucher em Tucker, Georgia. Ela espera que Elelyso ajudará a prevenir a escassez de medicamentos, como os de 2009 e 2011, quando os pacientes se baseou em Cerezyme sozinho. "As pessoas cujos sintomas foram controlados por anos estavam tendo problemas ósseos e fadiga terrível, alguns foram para o hospital", relembra.Os fabricantes das duas drogas de Gaucher outros - Genzyme em os EUA e Shire na Irlanda - produzir suas enzimas terapêuticas em células de mamíferos. Estruturalmente, assemelha-se Elelyso Cerezyme Genzyme, mas é mais barato para produzir por causa da alta manutenção desse animal células culturas necessitam. Além disso, os vírus e outros patógenos que contaminam estoques de mamíferos não ameaçam plano de células-culturas.Durante mais de uma década, os investigadores têm sido capazes de manipular geneticamente as plantas de modo a que eles produzem enzimas humanas. Em 2006, o Departamento de Agricultura dos EUA aprovou uma vacina frango produzido em células vegetais. Mas as preocupações assuaging cerca de derivados de plantas biológicos para uso humano revelou-se muito mais difícil. Portanto, os cientistas e fabricantes de medicamentos em desenvolvimento outras enzimas, anticorpos terapêuticos e vacinas em plantas dizer que a aprovação Elelyso poderá tornar o processo regulamentar mais simples para eles, e alertar as grandes empresas farmacêuticas e investidores para a rentabilidade potencial das plataformas de plantas.Antes do anúncio do FDA hoje, Ritu Baral, um analista de pesquisas com Canaccord Genuity em Nova York, disse: "Se essa droga recebe aprovação seria uma prova enorme de conceito para toda a plataforma." Embora a empresa está pronta para o tratamento de 2.000 pacientes nos Estados Unidos, Baral diz que é incerto o que o mercado dos EUA será por causa da fidelidade à marca e à Genzyme Shire. No entanto, o fato de que Elelyso vai custar cerca de 25% a menos que Cerezyme pode influenciar compradores.Sessenta por cento dos lucros das vendas nos EUA vai para a gigante farmacêutica Pfizer, que fez um acordo com Protalix em 2009. No entanto, desde que o governo israelita aprova a droga, todos os lucros neste país vai para Protalix. Israel representa uma fatia relativamente grande da torta, como os judeus asquenazes são desproporcionalmente afetados pela doença.David Aviezer, presidente e executivo-chefe da Protalix em Carmiel, é bastante otimista em relação às outras drogas cenoura feitas no pipeline da empresa. No início deste ano, Protalix começou a planejar para a fase I de ensaios clínicos sobre sua proteína para o tratamento de outra doença relacionada à enzima, a doença de Fabry. "Essa aprovação demonstra uma prova de conceito para o poder dessa tecnologia para fazer um grande número de proteínas", diz Aviezer. "Estamos prontos para fazer muito mais."

    Fibras de AEROGEL SUPERHIDROFÓBICAS


    Imitando a NATUREZA: tal como as penas de pato, a água não molha este tecido. Veja video: http://www.youtube.com/watch?v=lCezme8axok