quinta-feira, 3 de novembro de 2011


ETH Bioenergia inaugura usina de R$ 1 bilhão em Costa Rica (MS)

Unidade tem capacidade para processar 3,8 milhões de toneladas de cana por safra

por Viviane Taguchi, de Costa Rica (MS)
 Shutterstock
ETH Bioenergia, braço sucroenergético do Grupo Odebrecht, inaugurou na manhã desta quinta-feira (3/11) a oitava unidade de produção de etanol e bioenergia da companhia, no município de Costa Rica, interior de Mato Grosso do Sul. O investimento total é de R$ 1 bilhão nas áreas agrícola e industrial. 

De acordo com José Carlos Grubisich, CEO da companhia, a nova unidade terá capacidade para processar 3,8 milhões de toneladas de cana-de-açúcar por safra e gerar 380 gigawatts (GWh) de energia elétrica a partir do bagaço de biomassa. "Queremos e vamos ser líderes na produção de etanol no mundo. Esta é a nossa meta para os próximos anos", afirmou o executivo. 

A unidade Costa Rica é o penúltimo investimento do grupo na região Centro-Oeste e faz parte de um plano traçado há quatro anos pela diretoria da Odebrecht no setor sucroenergético. Ainda este ano, a companhia vai inaugurar a unidade Água Emendada, em Goiás. 
Canaviais 
Segundo o presidente da companhia, a ETH priorizou, nos últimos três anos, a área de canaviais próprios. Ao todo, o grupo já possui 350 mil hectares de plantios de cana. "Com a unidade Costa Rica, soma-se a este número mais 110 mil hectares e, para a próxima safra, ampliaremos nossas lavouras em mais 120 mil hectares, em Goiás", afirmou. "A ETH vai encerrar a próxima safra de cana-de-açúcar com 550 mil hectares de canaviais próprios e, posteriormente, incentivaremos nossos parceiros produtores, de quem também compramos a matéria-prima". 

Sobre tornar-se líder em produção de etanol (atualmente, o primeiro lugar é da Raízen-Cosan), a ETH vai, a partir de 2012, iniciar um plano de internacionalização da companhia. Grubisich afirmou que a empresa tem intenções de implantar unidades industriais na África (Angola e Moçambique), América do Sul (Colômbia) e na América Central (México). "Estamos mapeando as oportunidades", disse o executivo. Estas unidades, segundo ele, serão focadas no mercado norte-americano e no desenvolvimento de "químicas verdes". 
Política de incentivo

Para o senador Delcídio Amaral, que também participou da cerimônia de inauguração da unidade Costa Rica ao lado do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, o setor sucroenergético brasileiro precisa de organização. Ele citou como pontos principais o desatrelamento do preço do etanol ao da gasolina, novas regras para os leilões de energia elétrica e a isenção tributária para o setor. "O etanol é a nossa maior riqueza, mas precisamos incentivar novos investimentos, montar uma pauta coerente", explicou. 

O governador André Puccinelli afirmou que, no que depender de seus esforços, o etanol brasileiro será o combustível do futuro. "Só aqui no Mato Grosso do Sul nós já temos 24 usinas e precisamos de mais duas. No que depender deste governo, daremos todo o incentivo para novos investimentos. Aqui no meu estado, as licenças não encalham", disse o governador. "Se queremos ser empreendedores, precisamos ter o olhar do empreendedorismo e aqui nós fazemos isso com muita responsabilidade ao meio ambiente". 

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